Por que nos desviamos tanto? 11/04/2013
O maior problema da humanidade é o pecado. Tudo o que acontece de ruim ao mundo é conseqüência dele. Violência, famílias destruídas, miséria, fome, guerras. No fundo de cada um desses problemas está o pecado. E por que seu alcance é tão vasto e sua presença é tão destruidora? Por um motivo simples: o pecado mantém Deus à distância (Isaías 59:2 e Jeremias 5:25). E aí tudo começa a dar errado.
A grande pergunta é: se a humanidade (ou grande parte dela) sabe que o pecado é destrutivo e que suas conseqüências podem ser trágicas, por que permanece nele? A questão aqui não são os tropeços que, eventualmente ocorrem no caminho, mas a prática constante, a convivência com o pecado. Inicialmente devemos entender o que vem a ser o ato de pecar. Três palavras estão na origem do termo:
HATTA’T, que pode ser encontrado em Êxodo 32:31. Assim como na primeira citação (Gênesis 4:7).
AVON, em Êxodo 20:5.
Esses termos foram traduzidos para o grego HAMARTIA, que significa ‘Errar’, no sentido de errar o ‘alvo’. Mais adiante aparece o termo latino PECATUM, que indicado “falta” ou “culpa”.
Voltando às raízes do termo, percebemos que quando os judeus receberam a revelação do significado da palavra, ela sempre aponta para a direção contrária a Deus. Logo, biblicamente falando, pecar é agir em confronto com a Palavra do Senhor. E é esse significado que nos importa. Assim como suas conseqüências. E então, voltamos à questão: por que transgredimos tanto, se sabemos que estaremos colocando em risco nossa integridade física, moral e espiritual?
Os quatro dos principais motivos são:
- Por que nossa origem sempre nos faz inclinar para o mal. É como uma doença com histórico familiar. Se os pais são diabéticos, a possibilidade de que o filho venha a desenvolver a doença é grande. No caso, como toda a geração humana é pecaminosa, somos todos inclinados a pecar também (Gênesis 8:21). Ora, se sabemos que nossa natureza naturalmente vai se inclinar para o mal, melhor não arriscar e ficar atento (vigiar e orar, como em Mateus 26:41) e observar para o conselho que Deus deu para Adão (Gênesis 2:16 e 3:3) e Caim (Gênesis 4:7). Tanto que a Bíblia não aconselha a confrontar o pecado, mas a fugir de situações que possam provocá-lo (Provérbios 27:12 e Salmo 101:3). Logo, se sei que nasci com potencial para desenvolver uma enfermidade, devo viver de modo a prevenir sua aparição.
- Vaidade. Poderíamos definir vaidade como o culto a si mesmo. Ou seja, quando tiramos Deus do centro de nossa vida e nos colocamos no lugar. Não demora muito, estamos nos achando em pé de igualdade com Deus. Podemos encontrar essa descrição em Ezequiel 28:12-19. E no comportamento de homens como o Faraó, Nabucodonosor e Herodes. A vaidade é o sentimento mais enganoso da humanidade, pois parte de um princípio infundado: que o homem é importante e tem algum valor. Uma criatura que não sabe que dia vai nascer ou morrer mas insiste em achar que está no controle de alguma coisa. Um ser formado de pó, que ao pó voltará, cheio de pecados e medos, que teima em chamar a atenção para si. E é essa consciência, de que só Deus é digno de honra e glória, que nos mantém vacinados contra a vaidade.
- Cobiça. A palavra BETHSAH, que traduz o termo, pode ter significados mais amplos, comoganância e avareza. Logo, se trata de um pecado essencialmente material. Em I Timóteo 6:10 a palavra é ligada ao dinheiro. Mas entendemos que ela tem um sentido muito mais amplo. Ela gera inveja, orgulho e perturbação (Provérbios 15:27). Todas as vezes que desejamos algo que não nos pertence de uma forma desequilibrada ou pelos motivos errados, estamos correndo risco. Nossos desejos devem estar em equilíbrio com a Palavra de Deus. Tiago viu isso (Tiago 4:2-4). Se nossos desejos seguem o ritmo ditado pelo mundo, estamos caminhando para longe de Deus.
- Dura Cerviz. Atos 7:51. Aqui Estevão lança mão de um termo já usado por Deus no AT (Deuteronômio 9:12-14). Significa obstinado, teimoso. CERVIZ é a parte anterior do pescoço, a nuca. Tem dificuldades em obedecer, virar de um lado para o outro, levantar para adorar e abaixar para se humilhar. Veja que Estevão aponta o erro principal dos fariseus: resistir ao Espírito Santo. Ou seja, teimar, endurecer, bater de frente,contestar. Jonas foi um exemplo claro de que isso é perigoso.
Neto Curvina