Marcos 16:1-4 06/09/2015
“Um sinal do céu”
Quatro mil homens, fora mulheres e crianças, haviam acabado de ser alimentados com apenas sete peixes e alguns pães. Na primeira vez, foram cinco mil homens, fora mulheres e crianças, e com apenas cinco pães e dois peixes (Mateus 14). Mas ainda assim os fariseus, os incrédulos, os hipócritas, queriam um sinal do céu. No Evangelho de Marcos, capítulo 8, está registrado que, ao ouvir essa proposta, Jesus suspira profundamente (8:12).
Quantos sinais ainda precisariam ser feitos para que eles cressem no Filho de Deus? Ele reclamou disso em João 4:48 “Se não virdes sinais miraculosos e prodígios, de modo nenhum crereis”. Ou seja, não essa a atitude que Deus quer, que ele espera de nós. São os erros cometidos pelos fariseus e repetidos até hoje, e que fazem com que muitas pessoas pensem que estão indo ao encontro de Jesus quando, na verdade, estão ficando cada vez mais distantes dele. Isso acontece pelos seguintes motivos:
- O maior sinal da presença e do poder de Cristo não é exatamente um prodígio ou um evento sobrenatural visível, como uma cura ou fogo caindo do céu. Jesus ensina em Lucas 10:17-20. Maior do que qualquer sinal sobrenatural visível é quando somos ressuscitados das trevas e do pecado pela graça salvadora de Deus. Esse é o maior dos milagres, e por isso os fariseus não o aceitavam. Porque viviam uma vida de aparência, o que é sua marca registrada até hoje. A obediência à Palavra, o testemunho de uma nova criatura, a mudança de vida, a transformação do caráter. Todas essas coisas são maiores do que qualquer visão ou experiência sobrenatural. Por isso ele cita o sinal de Jonas. Sua morte e ressurreição. Nossa ressurreição.
- Os fariseus queriam ver. Um sinal palpável, concreto. Hoje é comum nas igrejas as bênçãos serem medidas por coisas visíveis, como o número de carros estacionados na porta ou a qualidade do som. Mas o poder de Deus não pode ser medido verdadeiramente por coisas visíveis. Como diz Paulo em II Coríntios 4:18 “Portanto, nós não atentamos nas coisas que se veem, mas nas que não se veem. Pois as que se veem são temporais, e as que não se veem são eternas”. Se você se firma naquilo que os olhos podem ver, você está mais perto de cair do que imagina. Por isso tantos desviados. Pessoas que se firmaram em pastores, profetas, irmãos da igreja, cantores ou mesmo em prédios e denominações. Quando essas coisas falham, a fé dos que nelas creram falha também. Por isso que, ao falar de Moisés, Hebreus 11:27 diz que ele “Ficou firme, porque viu aquele que é invisível”.
- Deus não ver com bons olhos uma geração que vive de sinais visíveis. Paulo diz em II Coríntios 5:7 “Andamos por fé, e não por vista”. Quando Felipe, em João 14:8 pede para que o Senhor Jesus lhes mostre o Pai, o Senhor responde “Quem me vê, vê o Pai”... E foi aqui que os fariseus e saduceus se atrapalharam. Eles queriam um sinal do céu. Mas o sinal estava ali, diante deles. Falando com eles. O Verbo vivo. A Palavra viva. Ainda hoje as pessoas procuram sinais sobrenaturais visíveis como prova da presença de Deus. Ainda hoje ele diz “Há tanto tempo estou convosco e não me conheces, igreja?”...
Ver o que é invisível é ouvir e crer. A verdadeira fé não vem pelo ver, mas pelo ouvir e obedecer. A transformação que a Palavra de Deus opera em nós, e que os olhos não podem ver. Esse era o milagre que os fariseus e saduceus se recusavam entender. Porque viviam por vista, e não por fé. É crer em cada palavra dita pelo Espírito Santo e revelada nas Escrituras. É crer que as promessas de Deus vão se cumprir, todas a seu tempo. É acreditar que Jesus Cristo é o caminho, a verdade, e a vida. Que ele é o único Salvador. O nome que está acima de todo nome, principado ou potestade. Que dele, por ele, e para ele são todas as coisas. E finalmente, crer que ele está voltando, porque conforme o texto que vimos, os fariseus e saduceus não sabiam discernir os sinais dos tempos, porque não criam. E os sinais dos tempos os dizem que ele está próximo.
Neto Curvina